Endometriose na Bexiga: Sintomas e como Fazer o Diagnóstico

Опубликовано: 15 Февраль 2025
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Endometriose na Bexiga: Sintomas e como Fazer o Diagnóstico

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A endometriose na bexiga atinge entre 6 e 10% das mulheres com endometriose profunda e é definida quando a doença acomete a musculatura da bexiga.

É muito comum que focos de endometriose estejam somente encostando na bexiga, sem invadir o músculo e, neste caso, consideramos um foco de endometriose superficial.

O músculo da bexiga é chamado de detrusor e, portanto, um exame que relata um foco de endometriose no detrusor está se referindo a um foco de endometriose na bexiga. A doença também pode ser chamada de endometriose vesical.

A endometriose na bexiga geralmente está associada a outros focos de endometriose na pelve e é comum a aderência entre a bexiga e o útero, sendo a idade mais comum para o diagnóstico entre 30 e 35 anos.

Os principais sintomas da endometriose na bexiga são:

Dor para urinar durante o período menstrual;
Aumento da frequência urinária;
Sangue na urina durante;
Sintomas semelhantes aos da infecção urinária;
Na história é frequente a paciente referir infecção urinária de repetição durante o período menstrual, mas na verdade, o diagnóstico correto é endometriose na bexiga.

Os sintomas acima são específicos, porém são comuns outros sintomas associados, devido a endometriose também estar localizada em outros locais, como intestino, vagina e ovário.

O diagnóstico de endometriose na bexiga pode ser pensado diante da história clínica, sendo que o exame físico geralmente não oferece informações importantes, além de uma bexiga dolorosa.

Na consultas, exame físico deve ser sempre realizado, pois traz informações adicionais sobre a endometriose profunda em outros locais, como na retrocervical, ligamento uterossacro e intestino, que podem ser palpadas em até 70% das vezes.

O diagnóstico deve ser feito por meio de exames específicos para a endometriose, como o ultrassom transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética.

Ambos os exames apresentam sensibilidade entre 90 e 100% na detecção da endometriose profunda, desde que seja realizado por um especialista em endometriose.

Outras doenças podem estra associadas com a endometriose, como por exemplo a adenomiose, presente em até 15% das vezes.

A ultrassonografia transvaginal consegue avaliar ainda, a possível aderência entre o útero e a bexiga, informação importante para o tratamento.

O maior estudo científico sobre endometriose na bexiga demonstrou que a ultrassonografia transvaginal realizada com bexiga cheia é o melhor exame para o diagnóstico de endometriose vesical, com uma taxa de detecção (sensibilidade) de 100%.

É interessante que as lesões de endometriose na bexiga, diferentemente das lesões de endometriose profunda, com frequência apresentam pequenos cistos em seu interior.

Não se sabe a certo o que causa a endometriose na bexiga, mas postulam-se algumas teorias:

Menstruação retrógrada: durante a menstruação, o sangue flui para trás através das trompas de Falópio e para a pelve, em vez de sair pela vagina. Essas células então, se implantam na parede da bexiga na mulheres com tendência para a endometriose, sendo a teoria mais aceita.
Transformação celular precoce: as células que sobraram do embrião se transformam em tecido endometrial.

Cirurgia prévia: células endometriais se fixam na bexiga durante uma cirurgia prévia, como uma cesárea ou histerectomia. Esta forma da doença é chamada endometriose da bexiga secundária.
Transplantação: as células endometriais viajam através do sistema linfático ou do sangue para a bexiga.

O tratamento das mulheres com endometriose deve sempre ser focado em resolver os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

O tratamento de escolha para a endometriose na bexiga é a cirurgia, porém, não deve ser realizada em mulheres assintomáticas.

A cirurgia de endometriose deverá ser feita para tratar todos os focos de endometriose e não somente a doença na bexiga e, portanto, é necessário um adequado estadiamento da doença, para planejar o tratamento e uma equipe multidisciplinar deve estar envolvida no ato cirúrgico.

É recomendado que um urologista participe da cirurgia, toda vez que a endometriose acometer a bexiga perto dos ureteres, o chamado trígono vesical ou o ureter propriamente.

Nas mulheres que não querem ou não podem realizar a cirurgia, o tratamento da endometriose visa diminuir a dor e melhorar a qualidade de vida.